Uma grande luta que temos quando se trata de abordar por exemplo, a xenofobia, o racismo, a homossexualidade, a diversidade parental, as etnias, etc., com os nossos filhos é que as conversas sobre essas diversidades também podem trazer medo, incerteza e desconforto para alguns pais.
Ligar para um amigo, outro pai da escola ou um membro da família para praticar, ajudará a se sentir confortável com o que vai querer dizer, assim como fazer uma boa pesquisa na net, sobre o assunto em questão, também irá dar-lhe o vocabulário correto para as perguntas do seu filho.
Tente imaginar perguntas que o seu filho possa fazer e esteja pronto para responder a essas perguntas também.
Na verdade, as crianças prestam atenção é no comportamento dos adultos. “O preconceito dos Adultos de hoje será o preconceito dos filhos de amanhã”
Você até pode falar inúmeras vezes com o seu filho, mas se se comportar de uma maneira que demonstre que tem medo de pessoas de cor, ou sente estranheza de pessoas com deficiências, ou estilos de vida diferentes da sua, as crianças percebem isso.
Eles sentem e entendem a sua linguagem corporal, e ouvem tudo o que é dito ao seu redor.
Observe o que o seu filho possa estar a aprender sobre raça e diversidade com as suas histórias favoritas.
Se todos os personagens de um livro parecem iguais, pergunte-lhe o que ele acha sobre isso.
Se os personagens forem diversos, pergunte algo como “qual a personagem que gostavas de ser amigo?” Provavelmente irá ficar surpreso com algumas respostas.
O objetivo é entender o que o seu filho já sabe ou não, sobre diversidade.
Então assim já pode ajudar o seu filho a aprender, fazendo mais perguntas e prepará-lo para mais conversas no futuro.
Parece tão simples, mas é um passo importante quando as crianças tomam conhecimento de qualquer tipo de má notícia.
As crianças nem sempre sabem como dizer aos pais ou às pessoas próximas que estão preocupadas com alguma coisa.
Você conhece o seu filho melhor que ninguém, então fique atente às suas emoções e, em seguida, considere perguntar se há algo com o qual ele está preocupado ou com medo.
Se o seu filho está preocupado em ser ferido, você pode explicar como irá protegê-lo.
E se eles estiverem preocupados com o fato de você ser prejudicado, informe-os sobre as medidas que você tomará para se manter seguro.
Ás vezes só é preciso ser honesto com as crianças e dizer que fará tudo o que puder para ficar longe do mal.
Se o seu filho assistir na tv a uma manifestação anti-racismo ou anti-homofobia, por exemplo, pode explicar-lhe a razão pela qual tantas pessoas estão a protestar e que serve para tornar mães, pais, irmãos e irmãs mais seguros.
Pegue num fio/lã/linha e peça ao seu filho para enrolar as próprias mãos em todas as direções e de qualquer maneira, até ficarem amarradas e embrenhadas em fio.
Então, explique sobre o fato de que o racismo, a opressão e a discriminação vêm se formando há muito muito tempo. E é realmente uma situação “emaranhada e em camadas”, assim como ficaram as suas mãos.
Faça o perceber quanto tempo irá demorar para desembaraçar a linha das usas mãos, assim como levará o mundo a desembaraçar o racismo, a homofobia, etc. (“Mesmo que se desfaça um nó, sobrará mais, e este será sempre um trabalho continuo.”)
Uma das coisas mais importantes que os pais podem fazer é garantir que as crianças negras ouçam de si e de outras pessoas que o amam, que a sua pele, cabelo e traços faciais são bonitos. Isso pode ajudar a construir confiança na aparência deles.
Então, você pode apoiar essa confiança com livros de histórias.
Tenha em casa livros, revistas, fotos e artefatos culturais que apresentam pessoas negras, famílias diversificadas, figuras com deficiências motoras, etc… Esta convivência com o conhecimento desde cedo, leva a uma melhor habilidade na resolução de problemas, melhor comportamento escolar e uma maior capacidade de relembrar os fatos e informações que viu nos livros.
Livros infantis que educam para a diversidade:
Leo e o Polvo (De Isabelle Marinov e Chris Nixon)
Colecção Superpoderes (De Tracy Packiam Alloway)
Não faz mal ser diferente (De Todd Parr)
Menino, Menina (De Joana Estrela)
O Sol desapareceu. Será que foi roubado? (De Paula Cardoso)
O Livro da Família (De Todd Parr)
Todos Fazemos Tudo (De Madalena Matoso)
O Casamento do Meu Tio (De Sarah S. Brannen)
Vamos Falar de: Famílias (De Kathy Gordon)
Os cinco mais feiosos (De Julia Donaldson e Axel Scheffler)
Um dia na vida de Marlon Bundo (De Jill Twiss e E. G. Keller)
Se eu fosse um gato (De Paloma Sánchez Ibarzábal e Anna Llenas)
Com crianças em idade escolar, pode começar a ter conversas sobre defender os seus amigos e colegas de turma.
Pergunte ao seu filho o que ele faria se visse as personagens do livro preferido dele a serem ridicularizados, xingados ou intimidados por outras.
No fim, peça lhe para escrever uma frase ou fazer um desenho sobre como ele pode ser um aliado e de quem ele pode ser um aliado.
Este exercício pode ser um bom passo para as crianças pensarem sobre o que podem fazer nestas situações, mesmo quando acham ou sentem que não têm grande poder para defender alguém.